quinta-feira, 26 de junho de 2014

Os verdadeiros benefícios psicológicos do exercício físico

Eu quero falar com você sobre os efeitos psicológicos positivos que o exercício físico e o esporte podem nos proporcionar.
Não sobre a liberação de substâncias no cérebro, que nos dão sensação de bem-estar e prazer; não sobre alívios de tensões, ou sobre aumento na neurotransmissão, pois tudo isso se refere à nossa parte física. Também não reforçarei a ideia de que nossa mente descansa enquanto malhamos o corpo, porque acredito que, mais do que isso, ela se fortalece e cresce. Os verdadeiros efeitos psicológicos do exercício físico são profundos e transformadores. Já observou nossos atletas: a concentração e determinação de Ayrton Senna, a perseverança de Cafu, a força e visão de Bernardinho, a potência das suas equipes? Já pensou sobre o que faz uma pessoa continuar correndo por quilômetros com dor e ainda se sentir feliz ao cruzar a linha de chegada? O que faz com que essas pessoas se esforcem tanto? Como elas conseguem continuar mesmo quando perdem ou se machucam na véspera da competição final? Como podem testar e colocar tanto à prova os seus próprios limites? As respostas estão no comportamento e na mente dessas pessoas, nas coisas que elas aprendem e alimentam através do exercício. Essas coisas representam tudo aquilo que você e eu podemos adquirir na caminhada diária, na corrida, na natação, no levantamento de peso, etc. Vamos falar sobre algumas dessas coisas.
Disciplina: este é um dos elementos do Bushido, o código de conduta dos Samurais. As palavras “código de conduta” nos ajudam a entender a disciplina como ela realmente é: não um conceito ou uma teoria, mas uma forma de comportar-se, uma série de atitudes. E comportamento pode ser aprendido. Os benefícios físicos do exercício só aparecerão se ele for praticado com rotina, organização, objetividade e persistência, com boa alimentação e descanso. Às vezes não percebemos, mas sair todo dia em determinado horário para fazer uma simples caminhada é uma atitude disciplinada de um verdadeiro guerreiro. Nesse ato simples, você está fortalecendo sua capacidade de escolher o que quer, renunciando a outros prazeres, como o tentador happy hour com os amigos; está exercendo suas habilidades de planejamento, definindo aonde quer chegar, suas metas de peso e saúde; está assumindo o controle sobre suas emoções, ao vencer a vontade de ficar em casa, ao derrubar seu medo de não conseguir dar “duas voltas no parque”. Todas essas habilidades cognitivas, comportamentais e emocionais vão refletir diretamente no seu dia-a-dia, no seu trabalho e relacionamentos.
Autoestima: quando nos vemos como capazes de nos por à prova, de dizer “não” para as coisas que realmente não queremos, como vencedores de medos, ansiedades e angústias; quando nosso corpo e saúde caminham e/ou atingem nossos objetivos, nossa autoestima se fortalece. A atividade física, o treino pode ser usado de diversas formas: podemos esquecer os problemas enquanto nadamos; ou é possível que vejamos nossos adversários e obstáculos caindo por terra enquanto levantamos peso repetidas vezes; também podemos pensar na vida e organizar os pensamentos durante uma caminhada. Que sentido você dá para o seu exercício? Como ele está fortalecendo sua autoestima, ajudando você a gostar e dar mais valor a si mesmo?
Determinação: não é fácil ver o peso na balança, o nível de colesterol num exame, o tamanho dos músculos no espelho e conseguir visualizar a meta necessária ou desejada. Às vezes o resultado final pode parecer muito distante ou inatingível, mas isso pode não acontecer apenas em relação ao exercício físico. Talvez você esteja no início de uma faculdade cujo final parece inalcançável, ou tenha uma meta no trabalho que se apresenta como esmagadora, ou ainda ter um problema pessoal que te faz sofrer e não aparenta solução. A atividade física regular não é remédio, no entanto, a sua prática te ensina a seguir adiante, a enfrentar o que parece ser difícil. Eu vejo senhores e senhoras fazendo isso em academias da terceira idade. Eles poderiam estar em casa, deitados, ou no bar bebendo e fumando, afinal já viveram tudo, né? Não. Eu vejo essa determinação nos olhos do amigo que está gritando na última e mais dolorida repetição da série de musculação.
Resistência à frustração: esse é um termo psicológico que traduzimos apenas como GARRA. A determinação, a disciplina nos ajuda a resistir e persistir diante das coisas negativas. Está chovendo ou frio, o corpo está dolorido, a academia está cheia, a água está com cloro demais, o resultado ainda não apareceu, um mês de academia e você perdeu pouquíssimo peso. As circunstâncias não estão como gostaríamos, mas se queremos realmente atingir nossos objetivos, teremos que seguir adiante. Ou derrubamos os problemas, ou eles nos derrubam. O chefe é grosso, a esposa só reclama, o marido é insensível, as crianças estão muito agitadas, as vendas caíram. Tudo isso nos frustra, mas você vai desistir do seu emprego, da sua família, você vai desistir do seu sonho? Você percebe como a atividade física é um exercício psicológico poderoso? Percebe o quanto ele vai exigir que você seja firme e o quanto isso pode refletir em vários aspectos da sua vida? Encontre a solução para o problema e siga firme em seu sonho.
A lista de benefícios psicológicos que os exercícios físicos e o esporte podem nos proporcionar é enorme, porém deixarei para você pensar naqueles que não mencionei. Esse é um exercício psicológico importante: refletir seria e profundamente sobre as coisas boas que vivenciamos. Estamos “treinados” a nos focar em problemas e reclamações. Isso é quase cultural no Brasil. Dê atenção às coisas boas na sua vida, pense sobre elas, sinta suas reações, siga em frente, exija mais, lute. Obviamente, exercício físico por si só não é remédio, entretanto, é um forte complemento, salvo casos especiais, para tratamentos médicos, psiquiátricos, ou psicoterapêuticos. Além disso, ele exige e nos ensina uma série de habilidades cognitivas e comportamentais que podem nos ser de grande utilidade na promoção e manutenção da nossa saúde psíquica, física e social. Isso todos nós podemos adquirir. Depende do nosso empenho e entendimento. Busque a superação, mantenha sempre o equilíbrio.

Você é o que come e pensa! Entenda como a Psicologia pode contribuir no Processo de Emagrecimento

emagrecimento
Se você conhece várias dietas da moda, sabe distinguir um alimento nutritivo do calórico, sabe o que fazer e não fazer para emagrecer, sabe de cor os nomes dos remédios que prometem emagrecimento rápido e sem sofrimento, sabe o que é carregar vários potes de remédios na bolsa e ficar atento ao horário, pois são grandes aliados no seu processo de emagrecimento, tem  consciência que está acima do peso, sofre consequências físicas do sobrepeso:  falta de disposição, baixo condicionamento, dores no corpo, etc., não consegue se libertar do efeito sanfona (o famoso engorda e emagrece), come compulsivamente, muitas vezes  sem fome e à noite, peregrina de médico em médico, de dieta em dieta. Enfim, se você já tentou vários métodos e não conseguiu emagrecer ou voltou a engordar depois de um período, então está na hora de incluir a Psicologia no seu Programa de Emagrecimento.
O emagrecimento se baseia em três fatores: Reeducação Alimentar, Atividade Física e Equilíbrio Psicológico.
O primeiro lugar que precisamos emagrecer é na mente! É necessário eliminar os gatilhos que nos fazem comer pela emoção, tomar consciência dos nossos padrões de comportamentos, revisar e entender qual é relação do nosso estado emocional com a comida, porque nos sabotamos, etc.
Para emagrecer, o tratamento básico consiste na mudança de hábitos alimentares e de atividade física, ou seja, comer menos e gastar mais energia. Isso você sabe. Infelizmente, uma coisa é saber e outra é fazer! A grande maioria das pessoas SABE O QUE FAZER, MAS NÃO CONSEGUE. Por alguma razão que desconhecem, sabotam a própria dieta. É nesse ponto importante que  entra a Psicologia.
Para mudar de peso você tem que mudar de comportamento e mais, emagrecimento não é só mudança de peso, é Reeducação Alimentar e Comportamental.

Qual é a relação entre AFETO e COMIDA?


Como estão suas emoções? Você as leva ao prato? A compulsão por comida motivada por razões emocionais é a segunda maior causa de obesidade no mundo. Muitas vezes, as pessoas comem porque se sentem entediadas, solitárias, infelizes, cansadas, ou por qualquer outro motivo que não esteja diretamente relacionada á necessidade de se alimentar.
Um dos grandes causadores do comer compulsivamente são os problemas afetivos. Perdas, decepções, frustrações, necessidade de agradar ou ser aceito, rejeição, rompimentos, luto, dentre outros, podem favorecer a alteração no comportamento alimentar, levando o indivíduo a comer demais ou até compulsivamente. O alimento, nesse contexto, seria um substituto do afeto perdido. Aquele bolo de chocolate ou  prato calórico se tornam um carinho que a pessoa se faz.
Irei utilizar da Psicologia do desenvolvimento para explicar uma associação emoção-comida. Um bebê quando chora lhe é oferecido o seio ou a mamadeira. Ele pode chorar devido a vários fatores: fome, frio, calor, sono, dor, dentre outras causas. Geralmente uma das primeiras soluções a ele oferecida para aplacar o sentimento desagradável é a comida. A comida vai se tornando assim “o primeiro antidepressivo ou ansiolítico”, pois aprendemos inconscientemente que ela é uma das primeiras estratégias para lidar com sensações desagradáveis, ou seja, com as primeiras frustrações.
Mais tarde, quando as frustrações afetivas ocorrerem, algumas pessoas, diante da impossibilidade de saber lidar com a situação ou de “anestesiar” o mal estar interno, poderão reativar esse antigo esquema. Comida = Bem estar.  Dependendo do  contexto  em que isso ocorra, o cérebro  começa a criar outras funções para o alimento que não só a de objeto de nutrição.  O alimento passa a ter uma função afetiva.  Ele pode significar amor, afeto, carinho, etc e se torna uma bengala.
É inegável que a comida se torna em muitos casos, um poderoso objeto de redução de ansiedade. Quem nunca sentou em um restaurante após um dia estressante ou após uma briga e pediu um prato bem calórico e disse: Hoje eu “mereço” comer bife com bata frita, uma feijoada, um brownie, e por aí adiante ?
O problema é que esse falso “merecimento” ou afeto disfarçado de comida, causa  efeitos desastrosos para a saúde e a estética, se ingerido em excesso.

Psicologia: Uma arma poderosa no Emagrecimento


Não se iluda! Há uma forte relação entre emagrecimento e autoestima. Você precisará mudar algo mais que o peso para emagrecer e manter-se magro. Se você  não fizer nada  em relação à ansiedade, ao vazio existencial, aos sentimentos de rejeição e abandono, à depressão, raiva reprimida, etc, continuará tendo um campo fértil  para a auto sabotagem.

Relação Mente X Comida


Várias necessidades são determinadas pelo corpo, tais como: sono, sede, fome, mas quem determina quando e como saciá-las é o cérebro. Exemplificando, o corpo necessita de alimentos, mas quem escolhe quais alimentos irá ingerir é o cérebro.
Se você está acima do peso, a culpa pode ser  da sua atual programação mental e não há dieta, remédio ou livro que possa mudar isso. A única maneira de emagrecer e não voltar a engordar é modificar de uma vez por todas, no seu inconsciente, sua relação com a comida.
O Cérebro é como um computador, os comportamentos são como softwares. Você pode ter desenvolvido um software ineficiente sobre o ato de alimentar-se. A boa notícia é que, depois que aprender a reprogramar sua mente, você não terá dificuldade em adquirir novos hábitos de pensamento e atitudes que garantirão seu sucesso.
É praticamente impossível abandonar um hábito apenas com a força de vontade. É preciso reprogramar a mente.
A Imaginação é muito poderosa e os profissionais da área de marketing sabem disso. Quando lê um cardápio, você prova mentalmente os alimentos antes de decidir o que irá pedir. É devido a isso que os grandes restaurantes se empenham em descrever nos cardápios os pratos com termos bem apetitosos.
Responda com sinceridade.  Quais os pratos você escolheria em um cardápio:
  • Suculentas fatias de salmão ligeiramente defumada e aromatizadas ao endro, com molho de alcaparras, com risoto ao funghi ou peixe  assado com arroz de cogumelos marrom?
  • Suculentas costelas ao molho barbecue ou cadáver de porco com molho com aparência de sangue?

O assunto é muito vasto mas na verdade, a Psicologia ajuda às pessoas a modificarem comportamentos compulsivos de uma vida inteira e propõe uma  reprogramação mental  no que tange a relação Alimento x Emoção.

Como é o tratamento psicológico no Processo de Emagrecimento?


É um tratamento complementar ao tratamento médico-nutricional. Uma vez por semana você irá ao consultório de um profissional que conheça bem a área de emagrecimento e de transtornos alimentares e procurará identificar as emoções e mecanismos, que nem a Medicina nem a Nutrição trabalham. Reconhecerão a razão de comportamentos que surgem de repente e bota por água abaixo os seus planos.
A duração da Terapia varia em cada caso. Alguns fatores são fundamentais, tais como:  relação Psicólogo- Paciente,  seu empenho e perseverança na meta de emagrecer. Se você faz parte daquele pequeno grupo desinformado que acha que Psicólogo é para loucos ou perda de tempo, se faça algumas perguntas: Quanto tempo você levou para engordar? Qual o grau de sofrimento que a gordura lhe traz? Qual o prejuízo pessoal, físico e social que você está tendo, permanecendo acima do peso?
Lembre-se: Não se cura ansiedade e tristeza com comida! O emagrecimento deve vir de dentro para fora. Trate seu corpo com respeito e carinho.

“Você precisa ser feliz para emagrecer e não emagrecer para ser feliz”



Como fazer da prática de exercícios um hábito prazeroso e constante…


exercícios-físicosSei que para muitas pessoas a prática de exercícios é muito difícil. Mas saiba que é possível torná-la prazerosa. Segundo dados atualizados do IHRSA (International Health, Racquet & Sportsclub Association), mais de 50% das pessoas que entram numa academia saem antes dos três primeiros meses.
Se você entra numa academia é porque você tem um objetivo, não é verdade? Por acaso, alguém vai ao supermercado para ficar olhando produtos? Que eu saiba, todo mundo vai para comprar! Então, por que você sai? Onde está a falta de motivação? Motivação significa “dar motivo para a ação”. E é isso mesmo que eu vou fazer.
Veja diversos motivos para que você incorpore o hábito de fazer exercícios, veja alguns:

  1. ESQUEÇA A FITA MÉTRICA - O mais importante é saber que você precisa se habituar a praticar exercícios, pois você não vai chegar ao seu objetivo em uma semana. Portanto, paciência! Mantenha o foco na sua saúde, nos benefícios proporcionados pela prática, e esqueça a parte estética, o emagrecimento ou o ganho de massa muscular. Isso é consequência! Deixa o exercício fazer parte da sua rotina. Os benefícios são múltiplos e o resultado é questão de tempo. Pode ter certeza absoluta que o mais difícil é começar, e isso, você já fez;
  2. COMECE PELAS ATIVIDADES PREDILETAS - Geralmente, as academias oferecem inúmeras atividades para você se manter em forma, além da musculação e atividades aeróbias (dança, ioga, alongamento, pilates, treinamento funcional, jump, spinning, etc). Com certeza, existem atividades que lhe proporcionam prazer. Vá atrás delas! Estar sempre experimentando novas atividades também é ótimo para aliviar a rotina e trabalhar diversas valências físicas;
  3. FOCO NO OBJETIVO - Estabeleça prioridade daquilo que você quer. Transforme o objetivo em metas, especificando o que, como, quando e por que. Por exemplo: se você quer emagrecer 5 kg, uma meta específica seria caminhar cinco vezes por semana, durante uma hora. Depois de traçadas as metas, são imprescindíveis relacioná-las com as ações necessárias para concretizá-las. Uma sugestão é registrá-las num calendário ou agenda. Outra dica é preparar um mural ou mesmo um protetor de tela para o seu computador, no qual coloque imagens que simbolizam estas metas. Visualizá-las diariamente lhe ajuda a manter o foco e concentrar a energia nas ações que planejou;
  4. ASSUMA COMPROMISSOS COM PESSOAS - Arrume uma companhia. Assim você criará vínculo, aumentando seu compromisso de ir até a academia, além de tornar este novo hábito mais divertido. Só não pode ficar conversando e não treinar direito. Contrate um Personal Trainer. Além de o resultado vir mais rápido, você se comprometerá mais ainda e terá sempre alguém lhe motivando de perto nesta nova empreitada;
  5. DESAFIE-SE - Dependendo do seu nível de condicionamento, ao entrar na academia, você não aguentará muito peso nos exercícios de força e nem muitos minutos nos exercícios aeróbios. Em compensação, caso seja mantida uma sequência, rapidamente você aumentará essa sua capacidade aeróbia e anaeróbia. Isso é uma coisa que ninguém pode fazer por você. Cada novo estágio alcançado lhe deixará mais forte e preparado para novas situações. Você tem poder sobre seu corpo e a sensação de progresso fará você se sentir capaz, confiante, extasiado e o deixará mais disposto para encarar qualquer outra atividade do seu cotidiano;
  6. ADAPTE O PROGRAMA ÀS SUAS NECESSIDADES - Leve em consideração o tempo disponível para treinar. Peça ao seu professor um programa compacto que atenda aos objetivos, da melhor maneira possível. Até porque quantidade não quer dizer qualidade.

“Quando você desanimar, pense bem. Reflita! 
Você não estará desistindo da atividade e sim, desistindo de você mesmo.”

 “Faça dos exercícios como um hábito prazeroso e constante!”

A atividade física no combate à depressão

“Depressão, o mal do século”. Já ouviu ou leu esta frase antes? Provavelmente sim. Depressão é um assunto bastante comentado na mídia e em bate-papo entre as pessoas. Diz-se que ela é uma doença e que alguns de seus sintomas são: humor deprimido a maior parte do tempo, perda de interesse por atividades antes prazerosas, perda ou aumento de peso, fadiga, baixa-autoestima, sentimentos de inadequação, etc. Conforme se diz na rua: o depressivo perde o interesse pela vida, se isola em casa, perde a vontade até de tomar banho, tem vontade de sumir, entre outros. No entanto, saiba que para o diagnóstico de depressão, segundo critérios formais usados por médicos e psicólogos, é necessário uma quantidade específica de sintomas e, além disso, que eles façam parte da vida da pessoa por um tempo determinado também. Isto é, ficar triste uma vez ou outra na vida não significa que você é doente. Para quem recebe o diagnóstico de depressão, existe o tratamento medicamentoso e o psicoterapêutico, um ou outro, ou ambos juntos dependendo do caso. Vários estudos, contudo, têm apresentado a atividade física como mais uma maneira eficaz de lutar contra esse problema. Vamos entender um pouco mais sobre depressão e, assim, ficará fácil entender como o exercício físico age sobre ela.
Primeiramente, vale dizer que nós, Psicólogos Analistas do Comportamento, não entendemos a depressão como uma doença que assombra o ser humano. Quando falamos em “mal do século” parece que a sombra, o castigo fantasmagórico da peste negra medieval paira sobre nós, mas não estamos mais na idade média para pensar dessa maneira. Que esperança esse tipo de ideia dá para as pessoas? Nenhuma. É essa forma de encarar as coisas que pode fazer com que as mudanças necessárias para evitá-las não ocorram. O ser humano tem o dom da superação. Nossa história é prova disso. Nós compreendemos a depressão como um rótulo que se dá para um conjunto de comportamentos e que esse rótulo padronizado funciona para facilitar um tratamento também formatado. Como não concordamos com isso, por razões científicas e clínicas, tomamos outro caminho.
Os “sintomas” da depressão são comportamentos, como quaisquer outros. Esses comportamentos ocorrem e são mantidos por alguma razão. Eles têm uma função na vida das pessoas. Pensem comigo: uma pessoa é depressiva por que é sempre triste, ou ela é sempre triste por que é depressiva? Nem uma e nem outra coisa. Como dizia o psicólogo norte-americano Skinner, as pessoas ficam tristes porque algo de ruim acontece com elas. A tristeza não é apenas coisa da cabeça. E quando isso ocorre elas agem: uns se levantam, ou seguem adiante, outros se recolhem. A atividade física, no meu consultório, é “receita” comum como complemento ao tratamento psicoterapêutico. Por que? Porque ela é, simplesmente, a oferta de um mundo diferente. É um contexto positivo para as pessoas e suas buscas, para que elas exercitem novos comportamentos e alterem de modo salutar aquilo que julgam necessário mudar em suas vidas. Prático assim.
Ficar em casa chorando é o mesmo que não estar na rua sorrindo, então uma hidroginástica junto com um grupo animado pode proporcionar alegria, novas amizades, sensações físicas de bem-estar, alterar as perspectivas em relação aos problemas da vida. Comer, engordar e se achar menos atraente que os outros, ou não comer e ficar muito magro significa a mesma coisa que não estar em forma e radiante, por isso, uma caminhada, correr, malhar é também uma maneira de não ter mais um motivo para sofrer.
Você pode ler os outros artigos que publiquei e entender ainda mais os benefícios psicológicos da atividade física para todos nós. O exercício também produz uma série de reações fisiológicas positivas que afetarão o cérebro combatendo a depressão. Mas, aqui, o que mais frisamos é como o exercício físico é exatamente o oposto dos sintomas da depressão. Estar deprimido é, simbolicamente, diminuir, se retrair. O “esporte” é, da mesma forma, superar, crescer, se expandir.
A vida social do deprimido entra em processo de quase extinção, uma vez que ou ele se isola, ou acaba se utilizando do encontro com os colegas para desabafar, falar de suas tristezas e dores. Muitas pessoas se afastam de gente que ESTÁ assim, por não saber como ajudar. Por isso é muito importante o papel do psicólogo esportivo no trabalho em conjunto com profissionais da Educação Física e do Esporte; e pela mesma razão o trabalho destes profissionais é tão importante para o psicólogo: saber identificar as necessidades das pessoas; as que precisam de um pouco mais de incentivo, ou um pouco menos ou mais de exigência, de um papo leve e um ambiente alto astral. Esse é o diferencial de um profissional em qualquer área. Isso é uma característica de um líder. Ao mesmo tempo em que, no consultório, o psicólogo comportamental ajuda a pessoa a sair de casa e se colocar diante das situações, ele também precisa que essas situações sejam relativamente favoráveis, entendem onde quero chegar?
Durante o treino não há muito espaço para lamentar, é preciso se concentrar na bola que vem chegando e na “tacada” certa. É mais difícil pensar em coisas ruins da vida externa quando precisamos contar quantas vezes estamos subindo e descendo uma barra com pesos, dando braçadas numa piscina, ou quando precisamos defender um golpe no tatame. Na academia que frequento toca música animada, geralmente tem pessoas sorrindo, os professores são gentis e em várias paredes está escrito: “LUGAR DE GENTE FELIZ”.
Não afunde nas sombras das lembranças, não ajoelhe diante do caos, não tenha esperança em encontrar o desespero. Lute!!! Saia da cama. “Mas, Maurício, e se eu sair para beber?” Bom, o que a bebida faz com nossa cabeça? Relaxa nosso nível de consciência, entre outras coisas. O que isso tem de diferente de ficar deitado, dormindo por horas? Nada. Você obterá um alívio momentâneo e correrá o risco de ficar pior. Não se renda. Você pode ficar muito maior que seus problemas, pois tenho certeza que, no fundo, você já É assim. Além de toda alegria e autoestima, o exercício físico pode nos proporcionar saúde e beleza. Será que vale a pena?
EXERCITE-SE!!!